CANTO LIVRE

CANTO LIVRE Realmente enlouqueci. Acabei de chamar um tanto de gente para uma greve. Sim, Geral, com um monte de gente sentada na calçada, jogando baralho na pequena mesa posta na esquina, sob um oiti poluído. Sim, geral, contra o golpe! Sim, geral, contra a prisão arbitrária de nosso maior líder! Sim, ele está isolado numa pequena cela. Não! Não permitam que receba a visita de amigos, Nem de seu médico, nem do Nobel da Paz! Sim, braços cruzados, contra o desmando, o fascismo, o desmonte! Contra a informação pronta para tentar nos iludir. Sim, querem nos pasteurizar! Não deixar que pensemos, que critiquemos, uma escola de técnicos e robôs, sem História. De jeito algum, deixaremos. Não, não quero ver uma mesa com poucas pessoas jogando baralho, sob o oiti poluído. O que é preciso para o sim? O beijo da noiva chamada vontade? O sermão do padre com o nome de senso crítico? Os padrinhos chamados companheiros? Os parentes chamados escola libertadora? Triste ver um líder preso e isolado. Mas cada suspiro seu, cada reflexão, cada cochilo, acordar, levantar, leitura, está presente em nós. Sim, somos um bando de gente, posicionados de fora da cela! Na rua, na tenda, na escola, sindicato, na igreja, feira, no boteco, escola, no trabalho, na canção, na celebração. Um mundaréu de pessoas aguarda, ansiosas, A liberdade! Sim, Liberdade! Marcos Túlio

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