FACE A FACE

FACE A FACE Rostos de toda forma, rostos inertes, dinâmicos. Expressam sinais, anseios, sentimentos, desejos. Rostos vulgares, indolentes, remanescentes, tristes. De abnegados, de torturados. Elegantes, sofridos, afortunados, temerosos, cansados, desanimados, destemperados, prestigiados, Cultivadores de esperança, demonstram o sentimento de uma nação. Denotam o trabalho, desenham o que será de todos nós. Rosto de Noel, arte, sonho, vida. Rostos indígenas, assustados com a exploração dos ruralistas, com a demarcação de suas terras cada vez mais distante. Rostos das trabalhadoras, angustiados por provavelmente, morrerem sem se aposentar. Rostos surpresos pelo noticiário diário sobre corrupção. Rostos naufragados em ânsia, desânimo, desespero. Seus donos, não sabem quando terão emprego. Enrugados, o Sol a talhar cada ruga, rostos sofridos dos trabalhadores rurais. Rosto negro a chorar pela exclusão contínua e histórica, marcado pelo chicote no pelourinho, com sulcos profundos e desfigurados pelo preconceito. Rostos das mulheres, imaculados pela violência de seus pares, pela dor da discriminação, pela indiferença de seus filhos inertes no mundo digital. Rosto dos povos latino-americanos, carregando em cada ponto de sua face, a exploração e julgo de seus colonizadores permanentes. Rosto de outros povos, massacrados pelo desprezo, Pela exploração profunda de suas riquezas. Rosto dos povos refugiados, execrados de suas tendas, aldeias, campos. Sem pátria, sem terra, sem sonho, deslocados num mundo a parte. Um mundo paralelo. Rosto de um ser que chora, impávido, a não saber o que fazer para diminuir tanto sofrimento. Rosto de um ser que vislumbra num horizonte, não sei se breve ou longo, uma possibilidade... Marcos Túlio

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