Deputados dizem que fraude em assinatura é crime e pedem investigação

Deputados dizem que fraude em assinatura é crime e pedem investigação A suspeita de que a assinatura de um deputado tenha sido falsificada numa manobra para beneficiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi classificada como crime por membros do Conselho de Ética da Câmara nesta quarta-feira (9), que cobraram uma investigação rigorosa sobre o caso. Reportagem de hoje do jornal "Folha de S.Paulo" revelou que duas perícias atestaram como falsa a assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) no documento em que ele pediu sua renúncia como membro do Conselho de Ética. O conselho se reuniu na manhã desta quarta-feira para debater o caso. O vice-presidente do conselho, Sandro Alex (PPS-PR), pediu que seja instaurada uma sindicância na comissão. "Ao se confirmar essa denúncia, o Conselho de Ética e seus membros foram vítimas de um possível crime", disse Alex. Alex afirmou ainda que vai solicitar à "Folha de S. Paulo" acesso às perícias encomendadas pelo jornal e em seguida pedir um terceiro exame da assinatura. Se for confirmada a inautenticidade, Alex disse que seu partido vai pedir ao Conselho de Ética a cassação de Gurgel. Um grupo de deputados deve ir hoje à tarde à Procuradoria-Geral da República pedir que seja aberta investigação sobre o caso, disse o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE). "Se houver confirmação desse estudo, não tem outro termo a ser utilizado. É crime e precisa ser punido", disse Gomes. O deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) diz que assinatura é sua e que a letra ficou diferente por ter tomado remédios fortes e bebido "Se for confirmada [a denúncia], estamos diante de um crime e tentativa de fraude aos trabalhos de conselho de ética e decoro parlamentar. Isso é algo que tem que ser apurado seriamente. Acho que isso é caso para polícia investigar", afirmou Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo contra Cunha. "Essa manobra utilizada na noite de sexta-feira constituiu-se num ato criminal. Temos que verificar quem colaborou. Não vão impedir o nosso trabalho", disse Júlio Delgado (PSB-MG), também membro da comissão. Faço tratamentos psicológicos e não é de agora que tomo remédio controlado. Na quinta, bebi um pouco antes de viajar, acordei e assinei alguns documentos. Mas acho que não devo ser chamado de bandido porque a assinatura é minha Entenda a suspeita A renúncia de Gurgel possibilitou que o PR indicasse para a vaga um deputado que votaria a favor do arquivamento do processo contra Cunha. Gurgel era a favor do arquivamento, mas naquele dia estava pela manhã de Brasília, viajou e não estava presente quando começou a votação no conselho. Ele diz ter deixado os papéis da renúncia assinados antes da viagem, para se prevenir caso a votação acontecesse. Mas laudos técnicos apontaram possível fraude da assinatura. Caso não renunciasse, ele provavelmente seria substituído por um suplente do PT, voto dado como certo a favor do prosseguimento do processo contra o presidente da Câmara. A carta de renúncia de Gurgel chegou ao conselho às 22h40. Seis minutos depois, chegava a indicação, para a vaga, do líder da bancada, Maurício Quintella Lessa (AL), que votou a favor de Cunha. Apesar da manobra, naquela terça-feira (1º), o conselho aprovou por 11 votos a 10 a continuidade da investigação. www.uol.com.br

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