Artistas de Belo Horizonte fazem performances contra o golpe

Artistas de Belo Horizonte fazem performances contra o golpe Cena pela Democracia ocupa Viaduto Santa Tereza, na região central da capital mineira Escrito por: Rogério Hilário, com informações da Agência Brasil e Mídia Ninja O viaduto de Santa Tereza, na região central de Belo Horizonte, transformou-se em palco de expressões políticas. Artistas do teatro, circo, da dança e da música apresentaram diversas performances como forma de manifestação contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A Cena pela Democracia reuniu na noite de segunda-feira (28) centenas de pessoas. No cenário da politizada festa carnavalesca de Belo Horizonte, os blocos Corte Devassa e Roda de Timbau mostraram o apoio à permanência de Dilma na presidência durante o ato Cena pela Democracia. "Somos contra a tentativa de golpe do judiciário e da mídia que há tempos não cumpre seu papel social e somos críticos da elite brasileira que morre de medo de perder a posição de privilégio e faz de tudo para ir contra o direito dos cidadãos", Roda de Timbau no ato Cena pela Democracia, em Belo Horizonte. Marcelo Bonis, diretor de teatro e um dos organizadores, entende que toda arte é engajada e política. “Foi praticamente uma reação espontânea. A gente sentiu, em conversas de bares, que era importante que os artistas saíssem às ruas para dizer o que pensam deste momento. E a partir daí começamos a acionar redes.” A situação do país, segundo Bonis, é preocupante. “Temos hoje um Congresso com muito pouca credibilidade, conduzido por um acusado de corrupção, que instaurou um processo de impeachment contra uma presidenta legitimamente eleita. Isso é claramente uma ruptura com a normalidade política e um desrespeito à Constituição.” Após ficar sabendo do evento pelas redes sociais, a historiadora Regina Magalhães decidiu participar. Ela defende mais iniciativas semelhantes. “A arte é fundamental num movimento como esse para trazer beleza e delicadeza. Ela propicia encontros, permite que nos confrontemos com os atos de ódio que temos visto. Tem gente que diz apenas eu sou contra e nós estamos mostrando pela arte que queremos construir alguma coisa.” O músico Santoni Lobato, do grupo Tambolelê, acredita que a mobilização pela arte pode surtir efeitos. “A arte sempre foi a salvação. Imagina as mobilizações nas décadas de 60 e 70 sem o Pasquim, sem as charges do Ziraldo, então é fundamental. Em vez de armas, nós temos pincéis, tambores, violões, poesias. Precisamos nos mobilizar. Eu estou com medo de dormir e amanhã acordar em um outro Brasil.” Lobato destacou também a escolha do local da mostra. “Precisamos ocupar os redutos da cidade, como a Praça da Estação, o Viaduto de Santa Tereza. Este espaço é nosso. Aqui estão todos: gays, negros, favelados, intelectuais. Muita gente também que não compactua com as opções deste governo, mas ao mesmo tempo não aceita um golpe.” www.cutmg.org.br

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