Corte no Orçamento será "o necessário" para ajustar contas públicas, diz Dilma

Corte no Orçamento será "o necessário" para ajustar contas públicas, diz Dilma Recomendar Principal A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (19) que o governo fará "o contingenciamento necessário” do Orçamento para garantir o equilíbrio das contas públicas. O anúncio dos cortes no Orçamento será na próxima quinta-feira (21) e a expectativa é que variem entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. “Nós faremos o contingenciamento necessário. É um contingenciamento que tem de expressar a situação fiscal que o país vive. Então, será um contingenciamento necessário”, adiantou em entrevista após assinatura de acordos com o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, que está em visita oficial ao Brasil. “Podem ter certeza que nem excessivo, porque não tem porquê; nem flexível demais, nem frágil demais, que não seja aquele necessário para garantir que as contas públicas entrem nos eixos”, disse. O governo ainda negocia a votação de medidas do ajuste fiscal na Câmara dos Deputados para definir a dimensão dos cortes no Orçamento, entre elas o projeto de lei que trata da desoneração da folha de pagamento das empresas e a Medida Provisória 668, que aumenta as alíquotas de PIS e Cofins sobre importação. Visita chinesa O primeiro-ministro da China, Li Keqiang chegou por volta das 10h30 desta terça-feira, ao Palácio do Planalto, subiu a rampa e foi recepcionado por Dilma na entrada do Salão Nobre. A visita do primeiro-ministro ocorre menos de um ano após a vinda ao Brasil do presidente da China, Xi Jinping, quando foram assinados mais de 50 acordos. A expectativa é que hoje sejam assinados pelo menos 30 atos entre os dois países com o objetivo de aprofundar as relações de cooperação e comércio bilaterais. A delegação de Li Keqiang inclui 150 empresários chineses que estão reunidos com o empresariado brasileiro na Cúpula Empresarial Brasil-China, no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Durante a visita da missão chinesa, o governo brasileiro espera solucionar a questão da liberação das exportações de carne bovina para a China. Na visita de Xi Jinping, em julho do ano passado, foi anunciado o fim do embargo chinês à carne brasileira, em vigor desde 2012. No entanto, ainda falta a assinatura de um protocolo sanitário. Brasil e China: acordos de investimento de US$ 53 bilhões O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, deverá assinar nesta terça-feira, em Brasília, acordos de investimento no valor de US$ 53,3 bilhões nas áreas de agronegócio, autopeças, equipamentos de transportes, energia, ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, armazenamento e serviços. O subsecretário-geral Político do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima, disse que o valor engloba alguns projetos já em curso e, a maioria, em fase de planejamento. “Dessa cifra de US$ 53,3 bilhões, uma cifra muito próxima de US$ 50 bilhões se refere a projetos novos”, disse Graça Lima. Ao todo, estão previstos quatro acordos governamentais, quatro empresariais, três declarações conjuntas e mais de 25 atos, alguns deles ainda em processo de finalização. Entre os anúncios mais esperados para a visita, estão a abertura do mercado da China à carne bovina do Brasil e a concretização da operação de venda e entrega do primeiro lote de aeronaves da empresa aeroespacial brasileira Embraer, de um total de 40, à chinesa Tianjin Airlines, ambos compromissos feitos durante a visita de Estado do presidente Xi Jinping a Brasília, em julho de 2014. Em relação aos projetos de investimentos, um exemplo dos que já estão em desenvolvimento é o de ligação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte para os centros consumidores das regiões Sul e Sudeste. Entre os que ainda não entraram em execução, está o da construção da Ferrovia Transoceânica, em parceria com a China e o Peru, e que deve facilitar o escoamento de grãos, entre outros produtos, da Região Centro-Oeste até o Oceano Pacífico. “Essa cooperação trilateral para construção de uma ferrovia transoceânica é um exemplo emblemático e vai permitir que se crie um corredor de exportação para os grãos do Centro-Oeste e também para proteína animal”, disse o embaixador. Ao ser perguntado sobre as contrapartidas pedidas pela China para disponibilizar tamanha quantidade de recursos no Brasil e o risco do crescimento da influência do país asiático na América do Sul, natural zona de influência brasileira, Graça Lima afirmou que não vê nenhuma “agenda secreta” na maior diversificação dos investimentos chineses no país e na região. “Acho extremamente interessante o fato de uma cooperação, no sentido de aumentar os investimentos para beneficiamento, por exemplo, de recursos naturais, atender às duas necessidades. Primeiro, do Brasil, de agregar valor aos seus recursos naturais abundantes, e da própria China de já poder, ela própria, passar de um patamar para outro”, disse o embaixador, acrescentando a possibilidade do Brasil se beneficiar com a expertise chinesa em diversas áreas, como construção e transportes. www.diariodoaco.com.br www

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