Para se vender na feira
Hoje em dia, a moda é ostentação.
Ostenta-se de tudo, para todos verem.
Desde o cordão grosso pendurado no pescoço,
como a tombá-lo feito um navio que partiu ao meio,
até o carro do ano, o perfume, o tipo de bebida, a forma de encontro.
O importante é, em questão de segundos,
todos comentarem,
sobre o elixir momentâneo da felicidade.
Não se ostenta o carinho pela pessoa que se ama,
nem pelo fiel amigo.
Não se ostenta o trabalho comunitário, solidário, voluntário.
A afeição já não mais importa.
Tudo é mostrado de todas as formas possíveis.
Pela música, pelas redes sociais.
De repente, o boné que era da moda não vale mais,
o relógio, está ultrapassado.
E o tênis caro que a mãe suou para comprar?
Encostado no cantinho do quarto.
Até ostentar vários relacionamentos fugazes no mesmo dia,
é chique.
A indústria do consumo adora, pois tudo é consumível e descartável.
Tudo se consome,
tudo se copia,
tudo se cria,
tudo se ostenta,
não se abraça mais.
Para variar, esse texto,
não se ostenta.
Marcos Túlio
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