90 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo: igualdade de oportunidades fortalece a democracia

90 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo: igualdade de oportunidades fortalece a democracia 19/03/2013 Ao longo da história, busca por direitos iguais independente de gênero, raça, opção sexual ou deficiência sempre esteve presente na mobilização dos bancários Escrito por: Tatiana Melim – Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região A igualdade de oportunidades e de direitos devem contemplar a todos, independente de gênero, raça, opção sexual ou deficiência. Essa é a principal mensagem que o Sindicato, ao longo das nove décadas de existência, passou a defender na categoria, fruto de experiências constantes. Foi o que apresentou o primeiro Momento Bancário em Debate Especial, série que comemora os 90 anos da entidade e que teve como tema a Igualdade de Oportunidades no Fortalecimento da Democracia. “Iniciamos a série especial do MB discutindo esse tema justamente por estarmos no mês da mulher. Uma democracia forte inclui direitos iguais para homens e mulheres. Discutir a questão da vida privada através das relações compartilhadas ainda é um desafio, assim como a igualdade salarial entre homens, mulheres, negros e deficientes”, destacou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato. Em um curta-metragem exibido - da série de seis edições que serão apresentadas ao longo da comemoração dos 90 anos -, o resgate da luta por igualdade teve como destaque o início da participação das mulheres na busca por mais espaço e reconhecimento. Início - Ao contrário de muitas entidades, as bancárias puderam ingressar na Associação dos Funcionários de Bancos desde a sua criação, em 1923, quando a mulher na sociedade ainda nem tinha direito a voto, conquistado somente em 1932. Mas foi com a ativa participação de Consuelo Toledo e Silva, em 1957, que elas passaram a atuar diretamente como parte da diretoria. Foi criado o Departamento Feminino, com reivindicações como fim da discriminação e do assédio sexual, igualdade de carreira e salário, direito à creche, licença maternidade e planejamento familiar. Na década de 1990, o coletivo de gênero passou a reunir homens e mulheres com o entendimento de que a luta é interesse de todos. “A partir de então, o Sindicato dedicou-se ao debate e formulação de políticas de enfrentamento a todo tipo de preconceito e discriminação”, explica Juvandia, ressaltando que o tema foi incorporado na Convenção Coletiva de Trabalho em 2000, com o Mapa da Diversidade sendo conquistado em 2008. Mulheres - Primeira mulher a presidir a entidade, Juvandia reconhece os avanços das últimas décadas, mas destaca que ainda há muito a se fazer. “Os índices de violência são altíssimos e inaceitáveis. As trabalhadoras ainda têm salários menores e as mulheres precisam ocupar mais espaço nas esferas de poder, apesar da grande conquista de termos uma mulher ocupando a Presidência da República.” Violência - Balanço do Ligue 180 mostra que, a cada hora, dez mulheres foram vítimas de violência em 2012. Dados do IBGE indicam que elas aumentaram participação no mercado de trabalho, mas os rendimentos ainda correspondem a 72,3% do que é pago aos homens. Políticas - A secretária de Avaliação de Políticas e Autonomia Econômica das Mulheres da Presidência da República, Tatau Godinho, e a secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Denise Motta Dau, foram as convidadas do primeiro ciclo de debates para falar a respeito da importância das políticas públicas na busca pela igualdade de oportunidades na sociedade. Tatau, ao destacar que a secretaria completa dez anos em 2013, fez um balanço positivo das ações concretas executadas pelo governo no que diz respeito à melhoria das condições de vida. “Para se atingir a igualdade é necessário que o governo tenha responsabilidade e crie políticas efetivas, a exemplo do enfrentamento à violência, com destaque para a Lei Maria da Penha.” Com relação ao mercado de trabalho, em que a discriminação ainda é presente, Tatau destacou a campanha criada pelo governo federal para que a mulher ocupe carreiras não tradicionais. “Ampliar a participação no mundo do trabalho é quebrar barreiras, assim como inserir a mulher no mercado da construção civil”, exemplificou. Sobre o munícipio de São Paulo, Denise destacou o programa Mulheres em Todos os Espaços, lançado no dia 7 de março pela Prefeitura, cujo objetivo é articular iniciativas de proteção aos direitos junto às secretarias de saúde, transporte, habitação, assistência social e iluminação pública. “É fundamental tratar as politicas públicas de forma transversal para que de fato consigamos atingir resultados.” 90 anos - Uma série de materiais, como os curtas-metragens e o livro sobre os 90 anos, foi produzida para recontar a trajetória percorrida pelo Sindicato até chegar às lutas atuais. Em abril, mês em que a entidade completa nove décadas de existência, estão sendo organizados seminários e atividades com importantes personalidades do mundo do trabalho e dirigentes que participaram da luta pelos direitos da cidadania. “O exercício de reconstituir o passado é também uma forma de nos orientar para a construção do futuro. É fundamental resgatar a história para que seja eternizada em nossas memórias e para que ilumine, com os erros e acertos, o caminhar das futuras gerações”, disse Juvandia. Extraído do Portal CUT

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