EU E ÂNGELA
Ângela, grande, mulher, cantora,
Sapoti, de doce voz, firme.
Ângela Sapoti, venerada, cultuada.
Está lá no Olimpo, perto de Zeus.
Maria dadivosa, diva, deslumbrante,
muitos a miraram, como a “Pimentinha”.
Como um sopro, arrebata-nos.
E no seu agudo “Babalo”, encanta a todos.
Sapoti de todos.
Estava sentado em um bar, pensando na vida.
Refletindo, filosofando ou mesmo, não pensando em nada.
De repente, não mais que de repente,
surge a própria. Elegante, vistosa.
Tem um terço à mão.
Pede uma média de café com leite.
E na mais profunda educação,
pede para sentar junto a mim, no balcão ao lado.
Puxou conversa. Emudeci. Titubeei.
Depois do susto, estávamos amigos de longa data.
Conversávamos sobre a fase de ouro do rádio,
a sua aparição para os palcos e para a vida,
o sucesso, o esquecimento, o rancor de alguns,
as suas “seguidoras, enfim, sua vida.
Saímos pela rua a cantar suas músicas,
velhos conhecidos de um encontro tão efêmero.
Depois de dobrar a esquina, acordei de meu rico sonho.
E depois do café tomado, ouvi Ângela Maria Sapoti o dia todo.
Marcos Túlio
Comentários
Postar um comentário