EU E ÂNGELA

EU E ÂNGELA Ângela, grande, mulher, cantora, Sapoti, de doce voz, firme. Ângela Sapoti, venerada, cultuada. Está lá no Olimpo, perto de Zeus. Maria dadivosa, diva, deslumbrante, muitos a miraram, como a “Pimentinha”. Como um sopro, arrebata-nos. E no seu agudo “Babalo”, encanta a todos. Sapoti de todos. Estava sentado em um bar, pensando na vida. Refletindo, filosofando ou mesmo, não pensando em nada. De repente, não mais que de repente, surge a própria. Elegante, vistosa. Tem um terço à mão. Pede uma média de café com leite. E na mais profunda educação, pede para sentar junto a mim, no balcão ao lado. Puxou conversa. Emudeci. Titubeei. Depois do susto, estávamos amigos de longa data. Conversávamos sobre a fase de ouro do rádio, a sua aparição para os palcos e para a vida, o sucesso, o esquecimento, o rancor de alguns, as suas “seguidoras, enfim, sua vida. Saímos pela rua a cantar suas músicas, velhos conhecidos de um encontro tão efêmero. Depois de dobrar a esquina, acordei de meu rico sonho. E depois do café tomado, ouvi Ângela Maria Sapoti o dia todo. Marcos Túlio

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