Eletricitários e Cemig perdem mais uma vida

Eletricitários e Cemig perdem mais uma vida 23/10/2012 Encarregado de equipe da Engepol morre eletrocutado durante a realização de serviço de modificação de rede elétrica em Braúnas, no Vale do Aço Escrito por: Sindieletro-MG O Sindieletro recebeu a notícia trágica da morte de um eletricitário da empreiteira Engepol que sofreu acidente de trabalho na rede da Cemig, na última sexta-feira (19). O encarregado de equipe da Engepol, José Custódio Gomes Silva (conhecido como Índio), 38 anos, casado, morreu eletrocutado durante a realização de serviço de modificação de rede elétrica, de monofásico para trifásico, na localidade rural Córrego do Ganges de Baixo, em Braúnas, no Vale do Aço. O Sindieletro apurou que a equipe retirava um poste da rede antiga, quando o equipamento tombou para o lado da nova rede, recém-construída, causando uma descarga elétrica de 7.900 Volts. José Custódio foi atingido e morreu na hora. O trágico acidente que custou a vida do encarregado com 14 anos de empresa, causou uma comoção e trauma psicológico tão forte na equipe que o RH da Engepol decidiu liberar os trabalhadores nesta segunda-feira. Esse foi o quarto acidente fatal ocorrido este ano na rede da Cemig, uma marca inaceitável que causa dor e indignação em toda a categoria eletricitária. No caso de Índio, como em tantos outros acidentes fatais nas empreiteiras, a dor da família foi agravada pela omissão da empreiteira. A viúva de Índio diz que não foi procurada pela empreiteira e a promessa de que o corpo do trabalhador seria velado em Val- Açu, onde morava Índio e a família, não se concretizou. O corpo foi evado direto para o lugarejo de Amparo do Serra, próximo à Ponte Nova, onde moram os pais de Índio, para o sepultamento. A empresa só pediu os documentos da viúva e do filho do trabalhador para tomar providências legais após a intervenção do Sindieletro. Até quando? Para o Sindieletro, essa é mais uma tragédia que poderia ser evitada se a Cemig negociasse a primarização das atividades-fim. A nossa luta contra a terceirização tem vários motivos. O principal deles é a urgência de se garantir a política de saúde e segurança, com treinamentos adequados e eficientes, eliminando as principais causas de acidentes com eletricitários, que é o trabalho em condição precária. Trabalhar em rede elétrica é uma atividade séria e extremamente perigosa. A Cemig precisa entender essa realidade e impedir que trabalhadores de empreiteiras atuem em rede elétrica sem treinamento adequado, pressionados por produtividade e metas e horas extras.

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