Trabalhadores e trabalhadoras têxteis de Juiz de Fora entram em greve

Trabalhadores e trabalhadoras têxteis de Juiz de Fora entram em greve 19/09/2012 Categoria exige piso salarial digno e reajuste de 10%, entre outras reivindicações. Paralisação atinge as empresas de maior porte Escrito por: Rogério Hilário, com informações da Acesso.com Os trabalhadores e trabalhadoras das indústrias têxteis de Juiz de Fora iniciaram nesta quarta-feira (19) uma greve geral por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada em assembleias realizadas na terça-feira (18) para pressionar os empresários a negociar a pauta de reivindicações da campanha salarial. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis nas Empresas de Fiação e Tecelagem de Juiz de Fora(Sintex-JF), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), exige piso salarial de R$ 800, reajuste de 10% para todos e todas, tíquete refeição de R$ 143 (R$ 6,5 por dia), auxílio-creche, auxílio-material escolar e atestado médico para acompanhamento de filhos até 14 anos e vale-transporte gratuito. As empresas ofereceram apenas 8% de aumento. As indústrias têxteis de Juiz de Fora empregam cerca de 6 mil trabalhadores na base em Juiz de Fora, a maioria mulheres. De acordo com a avaliação do Sintex-JF, a paralisação atinge principalmente as empresas maiores, como a Brasling, a Rikam e a Keeper, mas os diretores trabalham nesta quarta-feira (19) para ampliar o movimento. Os trabalhadores e trabalhadoras da Rikam e da Brasling fizeram uma paralisação de 24 horas no último dia 11 de setembro para forçar os patrões a abrir as negociações. Uma audiência foi agendada na última sexta-feira (14) no Ministério do Trabalho e Emprego, mas os representantes dos empresários não compareceram. Por isso, a categoria optou, nas assembleias de terça-feira (18), por uma tática mais agressiva. "Estamos há dois meses tentando negociar com o sindicato patronal, mas infelizmente não estamos obtendo êxito", disse Oleg Abramov, diretor da CUT Zona da Mata. "Estamos lutando por benefícios mínimos, que são direitos de qualquer trabalhador, como é o caso do vale-transporte." Abramov ressalta ainda que a CUT, em um futuro próximo, irá buscar mais benefícios para esses trabalhadores. "A função da Central é promover a transferência em outros movimentos. Por isso, estamos auxiliando o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis e, juntamente com eles, vamos reivindicar mais ganhos." O grande questionamento da categoria refere-se ao piso salarial, que atualmente está abaixo do salário mínimo. "Juiz de Fora já foi considerada um pólo do setor têxtil. Há alguns anos, o piso salarial desta categoria era de três salários mínimos. Mas, atualmente, o patronal vem propondo, ano após ano, um índice inferior ao salário mínimo, o que leva a novo reajuste em janeiro. Significa que as campanhas salariais estão se tornando mera antecipação de janeiro, o que é uma afronta à história e conquistas desse ramo profissional que tanto fez pela economia de nossa cidade." (Extraido da CUT MG)

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