ACORRENTADO

ACORRENTADO Não vim de longe para dividir, mas para somar, Não sou projeto de mim mesmo, mas de um sonhar em conjunto, não recrio nada, apenas ajo para transformar, não titubeio na luta, seleciono, pois, as armas a serem usadas. Partilho de pensamentos comuns, coletivos. Reflito, assisto, releio, refaço, sinto, assopro, afago, atiço, seguro, solto, deixo, reflito, ajo. Na luta, na vida, no amor, na amizade, somos o que somos, retratos de um povo heróico, Ou apenas, exércitos de sonhadores. Enquanto descortinamos o espetáculo da barbárie, emudecemos em situações injustas. Bravos bárbaros que somos, viramos o olhar para não olhar para a miséria. Bravos, somos bravos! Somos vento e fogo, o pão e o circo, o sagrado e o profano. Um carnaval de ilusões e desejos. Descalço e adiante, sigo pelas veredas da justiça, abro picadas nos rincões da impunidade, corto um terreno baldio, avanço na conquista, construo palafitas, no sertão da dignidade. Sou o povo, o medo, o errado, o certo tentado, a vila, o povoado, a margem de um rio que segue seu destino. Sou o vento, a coriza, o frio, a carência, a ventania, tsunami de emoções. Um tufão de desejos. E na lida, na vida, seguimos, Contra a opressão. Marcos Túlio

Comentários