Trabalhadores e trabalhadoras em Educação decidem manter a paralisação

Trabalhadores e trabalhadoras em Educação decidem manter a paralisação

Escrito por Rogério Hilário, com informações do Sind-UTE/MG e do Sind-Saúde/MG e fotos de Henrique Silva
29-Jun-2011

Categoria e servidores da Saúde, que entraram em greve na terça-feira (28) fazem manifestação conjunta no pátio Assembleia Legislativa de Minas Gerais



Em manifestação conjunta com os servidores e servidoras da Saúde, que entraram em greve por tempo indeterminado na terça-feira (28), cerca de 6 mil trabalhadores e trabalhadoras em Educação de Minas Gerais, sob a coordenação do Sindicato Único dos Trabalhadores e Educação (Sind-UTE/MG) e do Comando de Greve, aprovaram por unanimidade a continuidade da paralisação que começou no último dia 8, em assembleia realizada no Pátio da Assembleia Legislativa (ALMG). Depois, todos abraçaram simbolicamente os prédios da ALMG e do Ministério Público. Nova assembleia estadual está marcada para o mesmo local, às 14 horas da próxima quarta-feira (6).
“Essas atividades são para lembrar a esses poderes que eles precisam se manifestar e cobrar do governo do Estado o cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional”, afirmou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira. “O abraço na ALMG e no Ministério Público simboliza a nossa força e nossa união”, disse Renato Barros, da direção do Sind-Saúde/MG e da CNTSS/CUT.
Os trabalhadores em educação cobram do governo do Estado o cumprimento da lei federal 11.738/08, que regulamenta o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), que hoje é de R$ 1597,87, para 24 horas semanais, nível médio escolaridade. O Governo de Minas Gerais paga atualmente o piso de R$ 369,00. Segundo a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a sociedade precisa saber que o governo não cumpre a lei federal do Piso, por isso deixa de investir na Educação, que é um serviço essencial para o desenvolvimento humano.
Já os trabalhadores e trabalhadoras da Saúde, coordenados pelo Sind-Saúde/MG, exigem reajuste salarial de 20,7%, a criação da data-base, a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e a revisão da carreira e do reposicionamento.
lourdes_sind-ute.jpgA diretora do Sind-UTE/MG e secretária Estadual de Formação da CUT/MG, Lourdes Aparecida de Jesus Vasconcelos, durante a assembleia de terça-feira (28), alertou para a necessidade de ampliar o movimento. “Estamos num momento crucial da nossa greve. Temos que levar a nossa luta aos companheiros que ainda estão nas salas de aula, incorporá-los ao nosso movimento. Esse debate é fundamental. Nossa greve tem que crescer”, disse Lourdes Aparecida.
Renato Barros protestou contra a repressão que os trabalhadores e trabalhadoras da Saúde sofreram, na semana passada, durante manifestação na Cidade Administrativa. “Decidimos pela greve por tempo indeterminado por causa da repressão do governo. Nós fomos recebidos por um aparato de guerra, colocado pelo governo. Nem na época da ditadura militar isso aconteceu. Hoje, estão paralisados os companheiros da Fundação Ezequiel Dias, do Galba Veloso, da Maternidade Odete Valadares. O Hospital Júlia Kubitschek (HJK), o Hospital Galba Veloso (HGV), a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e algumas unidades do interior já estão trabalhando em regime de escala mínima. É importante que nós da Saúde façamos um ato unificado com a Educação. Precisamos aglutinar o conjunto dos trabalhadores do Estado.”
Para o secretário-geral da CUT/MG, Carlos Magno de Freitas, as greves na Saúde e na Educação desmascaram mais uma vez o governo do tucano Antônio Anastasia. “A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vem trazer todo o apoio aos movimentos da Saúde e da Educação no Estado. Os companheiros e companheiras da Saúde e da Educação cumprem um papel fundamental que é escancarar as arbitrariedades e as contradições deste governo neoliberal. Um governo que não dialoga carlos_magno_cutmg.jpgcom a classe trabalhadora. É mais grave ainda a postura do Judiciário, que cria mecanismos de intervenção e toma atitudes antidemocráticas. É lamentável a decisão do Tribunal de não permitir manifestações na Cidade Administrativa. Com a nossa luta, vamos confrontar e vencer o atraso e a opressão com um grande ato e uma greve geral no dia 6 de julho, Dia Nacional de Mobilização da CUT”, afirmou Carlos Magno.
Calendário/Educação
Os trabalhadores e trabalhadoras da Educação também aprovaram, na terça-feira, um calendário de atividades para fortalecer o movimento que prevê, entre outras atividades:
29/6 – 9h30 – presença na audiência pública a ser realizada na ALMG para discutir a dívida de Minas para com a União. Na oportunidade, o Sind-UTE/MG propõe a discussão da dívida do Governo de Minas para com os trabalhadores em Educação.
Até o dia 5/7 – Atividades em todas as regiões do Estado com mobilizações e panfletagens, visando agregar novas adesões ao movimento.
6/7 – Assembleia Estadual, no pátio da ALMG, às 14 horas – Ato Unificado com os servidores da saúde. Neste dia também acontecerá o lançamento da Jornada Nacional pelo Piso (carreira e PNE), promovida pela CNTE e CUT. Será uma data marcada por mobilizações e paralisação em todo o país.
Jornada da greve/Saúde - Nesta quarta-feira (29) a atividade da greve da saúde será um apitaço na portaria do Hospital João XXIII (HPS), com início às 10 horas. Todos os servidores estão convidados a comparecer à região hospitalar para manifestar e ajudar a greve a ganhar ainda mais corpo.

Atualizado em ( 29-Jun-2011 )

(Extraído do site da CUT MG)

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