O Mistério do Samba :: Hermano Vianna
Hermano Vianna afirma que não pretende desvendar nenhum grande mistério do samba, mas tem a intenção em fazer o que, segundo ele, nenhum autor até hoje se preocupou: dizer como foi o processo que transformou o samba no maior símbolo do Brasil. Segundo ele, até então os autores que escreveram sobre o assunto apenas constataram que o samba era renegado pela elite brasileira e recriminado pela polícia e depois tornou-se este símbolo que é hoje. Mas ninguém fala do processo, de como aconteceu essa transformação.
O ponto de partida é o encontro ao qual se refere Hermano Vianna, logo no primeiro capítulo, entre alguns representantes da elite e intelectuais do Brasil com os músicos negros e mestiços da zona pobre do Rio de Janeiro. Este encontro é o motivo que leva o autor a querer pesquisar sobre o mistério do samba, ou seja, descobrir como foi o processo de transformação que fez do samba, ritmo renegado pela elite e discriminado pela polícia, um símbolo nacional.
É fundamental percebermos que a observação de Vianna sobre este encontro é muito importante para o decorrer de toda a obra: percebe-se que os registos sobre o encontro de nomes como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Prudente de Moraes Neto entre outros, com os músicos Pixinguinha, Patrício Teixeira e Donga, são tratados com naturalidade. Não há nenhum registo que fale do encontro como algo inusitado. Porém, é exactamente nessa naturalidade que Hermano Vianna vê o extraordinário. Esse encontro está totalmente ligado às questões de identidade, à busca das “coisas realmente brasileiras”, ao contexto sociocultural do Rio de Janeiro nas décadas de 20/30 e a uma transformação do samba que vai ser o tema central desta obra.
VIANNA, Hermano. O Mistério do Samba, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1995.
(Extraído do blog Camelo Marinho)
Hermano Vianna afirma que não pretende desvendar nenhum grande mistério do samba, mas tem a intenção em fazer o que, segundo ele, nenhum autor até hoje se preocupou: dizer como foi o processo que transformou o samba no maior símbolo do Brasil. Segundo ele, até então os autores que escreveram sobre o assunto apenas constataram que o samba era renegado pela elite brasileira e recriminado pela polícia e depois tornou-se este símbolo que é hoje. Mas ninguém fala do processo, de como aconteceu essa transformação.
O ponto de partida é o encontro ao qual se refere Hermano Vianna, logo no primeiro capítulo, entre alguns representantes da elite e intelectuais do Brasil com os músicos negros e mestiços da zona pobre do Rio de Janeiro. Este encontro é o motivo que leva o autor a querer pesquisar sobre o mistério do samba, ou seja, descobrir como foi o processo de transformação que fez do samba, ritmo renegado pela elite e discriminado pela polícia, um símbolo nacional.
É fundamental percebermos que a observação de Vianna sobre este encontro é muito importante para o decorrer de toda a obra: percebe-se que os registos sobre o encontro de nomes como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Prudente de Moraes Neto entre outros, com os músicos Pixinguinha, Patrício Teixeira e Donga, são tratados com naturalidade. Não há nenhum registo que fale do encontro como algo inusitado. Porém, é exactamente nessa naturalidade que Hermano Vianna vê o extraordinário. Esse encontro está totalmente ligado às questões de identidade, à busca das “coisas realmente brasileiras”, ao contexto sociocultural do Rio de Janeiro nas décadas de 20/30 e a uma transformação do samba que vai ser o tema central desta obra.
VIANNA, Hermano. O Mistério do Samba, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1995.
(Extraído do blog Camelo Marinho)
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