Depois de 18 apagões, Cemig promete investir em Fabriciano

Depois de 18 apagões, Cemig promete investir em Fabriciano


Comerciantes e moradores reclamam das constantes interrupções no fornecimento de energia


Janaína Oliveira - Da Sucursal do Vale do Aço - 18/03/2011 - 21:00


Alessandra Dornellas

FABRICIANO – Depois de 18 apagões desde o início do ano passado, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) promete reduzir o número de problemas envolvendo o fornecimento de energia elétrica em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, com o investimento de R$ 1,5 milhão. Desde 2009, as constantes faltas de energia têm motivado reclamações de empresários, comerciantes e instituições de ensino. No ano passado foram 12 apagões. Em 2011 a situação é ainda pior, com seis registros de falta de energia até fevereiro. No dia 1º de março um apagão deixou vários bairros da cidade sem luz por mais de três horas.


No Caladinho de Cima, onde está localizado o Centro Universitário de Minas Gerais (Unileste), as interrupções têm prejudicado as aulas. No mês passado foram três interrupções no horário noturno. “Alguns alunos chegaram a levantar a hipótese de a queda de energia ser consequência de uma possível sobrecarga devido às melhorias que estamos fazendo nas salas, com a instalação de ar condicionado. Mas constatamos que o problema é externo. Notificamos a empresa, expondo os prejuízos didáticos que essas interrupções provocam, além do risco de queimar aparelhos eletrônicos”, revela Venício Elmar Soares, pró-reitor administrativo do Unileste.


Um comerciante alega ter perdido R$ 5 mil em quatro horas de interrupção. “Perdemos produtos que tínhamos acabado de fazer. Em nosso setor, a energia é fundamental”, afirma Sérgio Penna, proprietário de uma indústria de sorvetes.


A empresária Aline Maia Soares, proprietária de uma fábrica de salgados, conta que sofre perdas na produção da fábrica e que as vendas em sua lanchonete também ficaram comprometidas. “Com a falta de energia, duas máquinas deixaram de produzir 10.000 salgados. E perdi vendas na lanchonete porque a fritadeira é elétrica”, diz.


O vereador Marcos da Luz (PT) é autor de uma representação protocolada no dia 19 de janeiro junto ao Ministério Público, onde cobra da Cemig providências e reparação dos danos provocados pelos frequentes apagões. “Já recebi o ofício assinado pela promotora Deise Poubel Lopes, comunicando o registro da representação e agora aguardamos uma postura da empresa. Os problemas continuam, demonstrando a insuficiência de atendimento da concessionária e a falta de infraestrutura de distribuição de energia em nossa região”, critica.


Segundo Carla Regina Silva Ferreira, agente comercial da Cemig, a empresa respondeu a representação protocolada no MP e promete melhorar o sistema de monitoramento para evitar novos apagões. “Além dos religadores automatizados previstos para funcionar a partir de julho deste ano, a empresa pretende investir em média R$ 1,5 milhão em Coronel Fabriciano”, explica.


O presidente do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro), regional Vale do Aço, Marco Túlio, também critica as constantes interrupções.

Jornal Hoje em Dia - Caderno MInas - Página 19 - 19/03/2011.

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