Funcionalismo “inaugura” a Cidade Administrativa de Aécio Neves


Funcionalismo “inaugura” a Cidade Administrativa de Aécio Neves
Escrito por Rogério Hilário
16-Mar-2010
Mais de 6 mil servidores públicos, apoiados pela CUT/MG, outras centrais e entidades, invadiram a nova sede do governo para exigir reajuste salarial e respeito
Os servidores públicos do Estado, com apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), outras centrais, sindicatos e entidades, “inauguraram” nesta terça-feira (16 de março) a Cidade Administrativa Tancredo Neves, no bairro Serra Verde, na Região de Venda Nova, 12 dias depois da abertura oficial. Mesmo debaixo de chuva, mais de 6 mil pessoas fizeram a primeira grande manifestação na nova sede do governo Aécio Neves para exigir reajustes salariais em 2010 e protestar contra os oito anos de gestão neoliberal que sucateou o funcionalismo público. Os manifestantes ocuparam também uma das pista da MG-10 (Linha Verde) e pararam o trânsito por cerca de 30 minutos.

Apesar do aparato policial, com cerca de 850 militares, número superior ao contingente de um clássico Atlético x Cruzeiro, o ato público histórico transcorreu em clima de tranquilidade. Com faixas, narizes de palhaços, apitos, caixões para enterrar o governo do Estado e animados por dois trios-elétricos e duas bandas de música, os manifestantes invadiram a Cidade Administrativa por volta das 14 horas e só deixaram a nova sede do governo do Estado por volta das 17 horas. Eles chegaram ao local em cerca de 100 ônibus e integraram caravanas de diversas cidades do Estado.

Aos gritos de “trabalhador na rua, Aécio a culpa é sua” e “se não paga o que deve, a gente entra em greve”, “governo Aécio é o pior da história para o funcionalismo público”, os servidores fizeram uma passeata em torno da nova sede. “A Cidade Administrativa é uma vergonha, não tem creche, não tem espaço humanitário, não tem estacionamento. É uma prisão, é a Cidade da Mentira”, protestavam os funcionários públicos.

Demonstração de força

Algumas categorias, como os professores e demais trabalhadores estaduais em educação, aproveitaram o ato para realizar assembleias. O Sind-UTE, filiado à CUT, deliberou greve geral a partir de 8 de abril por melhores salários e condições de trabalhos. Outros servidores devem aderir à paralisação.

“O dia 16 de março é uma data histórica. Vamos ficar marcados na história política de Minas Gerais com este ato público. Precisamos unificar as nossas lutas contra esse governo neoliberal. Os servidores públicos estão de parabéns por essa manifestação belíssima. Esta Cidade Administrativa pertence aos trabalhadores e essa é a primeira de muitas outras manifestações”, disse o presidente da CUT/MG, Marco Antônio de Jesus, em cima do carro de som, já debaixo de chuva.

“O funcionalismo mostrou a sua força. Não se intimidou com a distância e veio exigir respeito do governo estadual”, falou Shakespeare Martins de Jesus, o Sheik, da Diretoria Executiva da CUT Nacional. O presidente da CTB em Minas, Gilson Reis, propôs que o dia 8 de abril, data marcada para a greve geral dos trabalhadores do ensino no Estado se transformasse no dia Dia da Luta Unificada dos servidores públicos.

Após uma passeata ao redor da Cidade Administrativa, os manifestantes foram impedidos pela Polícia Militar de entrar na área da nova sede do governo. Por isso, eles invadiram uma das pistas da MG-10 (Linha Verde) e interromperam o trânsito, enquanto ouviam os manifestos dos representantes das entidades que organizaram o ato político. “Inauguramos hoje também a Linha Verde”, gritavam. Um boneco representando o governador Aécio Neves foi queimado no final do protesto.
(Extraído do site da CUT MG)

Comentários