Brasil deve ter excedente de trabalhadores qualificados
Ainda assim, alguns setores sofreriam com escassez em 2010, segundo o Comunicado nº 41, que analisou ainda regiões e UFs
Um contingente de quase 653 mil profissionais com experiência e qualificados terá dificuldade para se inserir no mercado de trabalho em 2010. Situação, contudo, não tão ruim quanto à do exército de 5,5 milhões de brasileiros sem qualificação, dentro de um universo de 24,8 milhões de pessoas disponíveis para a potencial demanda de 18,6 milhões de postos de trabalho.
É o que consta no Comunicado nº 41 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quarta-feira (10), em São Paulo: Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil - Impactos do Crescimento Econômico Pós-crise. O texto traz dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE; da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Demanda
A estimativa da demanda de 18,6 milhões de ocupações para 2010 divide-se em cerca de 11% de abertura líquida (pouco mais de 2 milhões de novas vagas) e quase 90% advindos de demissões (rotatividade), estimados pelo número de pessoas admitidas e demitidas entre 2004 e 2008. Leva em conta ainda um crescimento de 5,5% do PIB (a projeção não é a oficial do Ipea, apenas um parâmetro técnico).
"Vivemos uma fase de recuperação muito forte, superamos a contaminação da crise de 2008 e a expectativa, de maneira geral, é de um ano muito melhor do que foram o ano passado e 2007", disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Porém, acrescentou, "5,5 milhões de pessoas dificilmente vão conseguir emprego pelo baixíssimo nível de educação, e outros 653 mil trabalhadores vão 'sobrar', a despeito de terem qualificação".
Oferta
Essas estimativas nacionais, no entanto, escondem realidades diversas nas projeções regionais e por setores da economia. Paraná, com saldo de -18.441 entre a oferta e a demanda de trabalhadores, Santa Catarina (-13.300) e Rondônia (-4.531) poderão sofrer escassez de mão de obra qualificada. Já quanto aos setores, comércio e reparação (-187.580), e educação, saúde e serviços sociais (-50.086) seriam os mais atingidos pela falta de trabalhadores com formação adequada.
Para o presidente do Ipea, este é um "problema bom", já que o Brasil ainda possui um elevado excedente de mão de obra e acostumou-se a ele. "A última vez que o País teve escassez assim foi no milagre econômico [nos anos 1970]", lembrou. Segundo o estudo, a ação de políticas públicas de promoção de qualificação dos trabalhadores poderia não apenas minorar essa escassez, mas também reverter a baixa remuneração nas ofertas de emprego.
O Comunicado do Ipea nº 41: Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil - Impactos do Crescimento Econômico Pós-crise foi lançado em São Paulo, nas dependências da Caixa Econômica Federal da Praça da Sé.
(Extraído do site do IPEA)
Ainda assim, alguns setores sofreriam com escassez em 2010, segundo o Comunicado nº 41, que analisou ainda regiões e UFs
Um contingente de quase 653 mil profissionais com experiência e qualificados terá dificuldade para se inserir no mercado de trabalho em 2010. Situação, contudo, não tão ruim quanto à do exército de 5,5 milhões de brasileiros sem qualificação, dentro de um universo de 24,8 milhões de pessoas disponíveis para a potencial demanda de 18,6 milhões de postos de trabalho.
É o que consta no Comunicado nº 41 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quarta-feira (10), em São Paulo: Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil - Impactos do Crescimento Econômico Pós-crise. O texto traz dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE; da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Demanda
A estimativa da demanda de 18,6 milhões de ocupações para 2010 divide-se em cerca de 11% de abertura líquida (pouco mais de 2 milhões de novas vagas) e quase 90% advindos de demissões (rotatividade), estimados pelo número de pessoas admitidas e demitidas entre 2004 e 2008. Leva em conta ainda um crescimento de 5,5% do PIB (a projeção não é a oficial do Ipea, apenas um parâmetro técnico).
"Vivemos uma fase de recuperação muito forte, superamos a contaminação da crise de 2008 e a expectativa, de maneira geral, é de um ano muito melhor do que foram o ano passado e 2007", disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Porém, acrescentou, "5,5 milhões de pessoas dificilmente vão conseguir emprego pelo baixíssimo nível de educação, e outros 653 mil trabalhadores vão 'sobrar', a despeito de terem qualificação".
Oferta
Essas estimativas nacionais, no entanto, escondem realidades diversas nas projeções regionais e por setores da economia. Paraná, com saldo de -18.441 entre a oferta e a demanda de trabalhadores, Santa Catarina (-13.300) e Rondônia (-4.531) poderão sofrer escassez de mão de obra qualificada. Já quanto aos setores, comércio e reparação (-187.580), e educação, saúde e serviços sociais (-50.086) seriam os mais atingidos pela falta de trabalhadores com formação adequada.
Para o presidente do Ipea, este é um "problema bom", já que o Brasil ainda possui um elevado excedente de mão de obra e acostumou-se a ele. "A última vez que o País teve escassez assim foi no milagre econômico [nos anos 1970]", lembrou. Segundo o estudo, a ação de políticas públicas de promoção de qualificação dos trabalhadores poderia não apenas minorar essa escassez, mas também reverter a baixa remuneração nas ofertas de emprego.
O Comunicado do Ipea nº 41: Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil - Impactos do Crescimento Econômico Pós-crise foi lançado em São Paulo, nas dependências da Caixa Econômica Federal da Praça da Sé.
(Extraído do site do IPEA)
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