Acabou!!! Será?

Acabou!!! Será?
Por Kléber Sousa

Foram várias edições que invadiram os lares brasileiros e deixou um rastro de imundices espalhadas pelas mentes dos telespectadores.
Não importava se a vida ficava em segundo plano, tirada por um tiro ou atirada por alguma janela; não importava se alguma decisão importante, tirada em alguma instituição, representada por alguém eleito por nós, mas que não nos representa, estava sendo tomada, e, na maioria das vezes essa decisão representa danos irreparáveis na vida da maioria do povo brasileiro; enfim, não importava se o mundo estava por acabar, o importante era não perder as asneiras ditas pelo Pedro Bial, e, as babaquices e inutilidades discutidas no interior do antro confinatório.
Cada participação externa era a certificação de que a bisbilhotagem da vida alheia é prazerosa. Os problemas pessoais ficam pra depois, o importante agora é opinar e resolver o “problema big brotheriano” de quem se propôs a se tornar uma vitrine para o restante do país. A doença de um ente querido, o salário que mal dá até o fim do mês, o vale transporte vendido para completar o “mixuruco” salário, o chefe que enche o saco todo dia, o colega de serviço que virou concorrente direto, isto tudo pode esperar, já o BBB 10, esse “eu não perco por nada neste mundo”.
Até que enfim acabou.
Acabou! Até quando?
Triste já saber da resposta. Acabou até a Rede Globo jogar na nossa cara, inculcar na subjetividade coletiva, qualquer lixo televisivo que irá anestesiar o pobre e sofrido povo brasileiro, chamado de idiotas e acerebrados, a todo instante pela programação global.
Quiçá fosse somente a programação global, pena que, em função da disputa da hegemonia comunicativa, os outros canais incorporam a lógica do processo de alienação e oferecem pobreza igual a todos nós brasileiros.
Mas há de vir tempo bom, onde conseguiremos não deixar a televisão ter o seu lugar de destaque dentro dos lares, e o diálogo e os valores da família serão resgatados e postos à prática cotidiana.