Carta Capital

Brincadeira séria

15/01/2010 14:32:25

Camila Alam

RHINO ECKO TOY ART
MuBE – São Paulo
Até o dia 29 de janeiro

Seguindo uma tendência em crescimento no Brasil e no mundo, o Museu Brasileiro da Escultura apresenta parte de uma cultura alternativa, antes restrita a um público específico. A partir do dia 14, a exposição Rhino Ecko Toy Art reúne 22 peças de toy art, também conhecidas como brinquedos de arte ou brinquedos de adulto. Muito ligados ao universo urbano e pop, esses pequenos objetos tem formatos diversos e lúdicos.

Tornam-se especiais por serem customizados por artistas de renome, transformando-se em uma tela em três dimensões para grafiteiros, designers, pintores e estilistas. O japonês Takashi Murakami e o brasileiro Rui Amaral são alguns dos nomes que ajudaram a popularizar essa plataforma, que também funciona como um elo entre marcas, clientes e artistas.

Como em outras mostras, esta segue uma fórmula. O mesmo toy é dado em branco a diferentes artistas, que customizam sua peça como quiserem, podendo fazer pequenas modificações em sua estrutura. O resultado pode, eventualmente, ser comercializado após a exposição. Neste universo, quanto mais exclusiva a tiragem de uma peça, mais cara e adorada por colecionadores ela se torna. “A toy art é um brinquedo de adulto, mas é também escultura contemporânea. É a cara de uma geração de artistas que traz traços da cultura urbana e os utiliza em diferentes mídias”, diz Allan Szacher, curador da mostra e responsável pela confecção de uma das peças junto ao coletivo Zupi. Binho Ribeiro, Glauco Diógenes e Bruno Fuji são alguns dos artistas que também assinam peças.

“Uma exposição assim mostra que existe interesse do público pelo assunto e que o trabalho de divulgação desta arte está sendo realizado corretamente. Quando algo alternativo chega ao mainstream, pode ter certeza de que já está dando certo em um universo paralelo há um bom tempo”, diz Lucas Penido, editor-chefe do site The Hype BR, especializado na difusão desta cultura. Apesar de cada vez mais difundido, o colecionismo ainda é para poucos no Brasil. Penido explica que, devido às taxas de importação e impostos, muitos toys com preços acessíveis no exterior chegam aqui com preços bem mais elevados. “O conselho é pesquisar. É possível colecionar toy art sem declarar falência.”

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