Importância da organização dos trabalhadores

Importância da organização e luta dos trabalhadores brasileiros para a transformação da sociedade


*Marcos Túlio Silva



A Central Única dos Trabalhadores completou no ano passado, 25 anos de organização, cuja história se confunde com os principais momentos de lutas dos trabalhadores brasileiros. Sobre os princípios da liberdade e autonomia sindicais, unidade da classe trabalhadora, democracia em suas instâncias de participação e solidariedade na luta pela transformação da sociedade a Central foi criada e com esses princípios, orienta toda a luta de seus sindicatos filiados.
Desde o início de sua fundação, a CUT sempre defendeu o protagonismo dos trabalhadores como essencial na construção da democracia e da liberdade, no desenvolvimento e crescimento de toda a sociedade brasileira. Para cumprir esse protagonismo, a CUT se organiza em dois eixos, o horizontal, formado pelos 27 Estados da Federação e o vertical, formado a partir da organização em seus locais de trabalho (através de coletivos, CIPA’s, comissões de fábricas, etc.), sindicatos, Federações e Confederações. Portanto, a maior central sindical da América Latina e 5ª maior do mundo se estrutura numa verdadeira teia de organização sindical, articulada em todos os estados brasileiros, através de seus ramos de produção.
Nos 21 setores da atividade econômica cadastrados no CNAE – Cadastro Nacional de Atividade Econômica, a CUT está organizada em 20 setores e, conforme levantamento do Ministério do Trabalho, a Central representa 40% do movimento sindical cadastrado no ministério. Enfim, em toda a organização econômica da sociedade, a CUT está presente através de seus ramos. Muito se caminhou nesses 25 anos para chegar a essa grandiosidade, mas temas como organicidade ou filiação, grande dilema da nossa organização na década de 90 não foi resolvido, pois há ramos que são orgânicos à Central, outros, são apenas filiados, caracterizando que não conseguimos romper por completo ao modelo sindical vigente, ou seja, pulverizado, sem auto-sustentação financeira e dependente do Estado.
Por isso que o 10º Concut deve pautar como tema principal na programação, o fortalecimento da nossa organização sindical, buscando a autonomia plenamente e a liberdade sindical como princípios que regerão a democratização nas relações de trabalho e servirá como elemento principal na disputa de hegemonia que pretendemos, onde um novo modelo de Estado se faz necessário. Ainda temos que pensar em outras formas de organização no local de trabalho que leve em conta, o virtualismo das relações trabalhistas, a alta informalidade no mercado de trabalho, a falta de organização dos desempregados, o desafio de trazer a juventude para o movimento sindical e a forma de melhorar o relacionamento com os movimentos sociais.
Em Minas, temos apenas 04 Federações organizadas, sendo a FEM dos metalúrgicos, a única reconhecida oficialmente. As outras 03, FETRAF financeiro, FETAM dos trabalhadores municipais e FETRAF agricultura familiar, dependem ainda do reconhecimento oficial. Estamos em fase de organização de ramos, tais como: comerciários, seguridade social, alimentação, trabalhadores assalariados e construção civil. Outros setores que temos uma presença forte de representação, ainda engatinham, por exemplo do vestuário, químicos entre outros e precisam de uma atenção maior de nossa parte.
A direção nova da CUT em Minas que foi eleita no último CECUT, tem desafios importantes pela frente e um deles é o fortalecimento de nossa organização nos diversos setores da economia, cuja dependência se mostra pelo setor exportador industrial e agrícola. Outros desafios são intensificar a nossa presença em todo o estado mineiro e principalmente, participar ativamente da construção de uma Agenda para o Desenvolvimento no Estado de Minas e os trabalhadores devem participar desse projeto de construção de um novo modelo de gestão para os mineiros.


*Tesoureiro da CUT MG

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