PARALELOS
“Comprar banana doutor”, terminamos a noite assim,
sorumbáticos, por causa da situação crítica que vivemos no país,
alegres pelo filme da Elis.
Um misto de alegria e tristeza, alegre e triste ao mesmo tempo, como diria um filosofo popular.
Numa semana, reflito sobre a “feminina voz de um cantor”,
o quanto Fernando Brant faz falta.
Na outra, Elis e o quanto também nos faz falta.
Termino o dia sem alumbramentos, ainda aguardo a “volta do irmão do Henfil”.
Numa pátria que não me dá mais chance de acreditar.
Sim, sonho o sonho dos fernandos e Elis,
o malandro de chapéu e bengala, a pimenta, a voz, Milton.
Acho que deliro, tremo às vezes.
Milton canta no final do filme, a comoção.
As luzes se acendem e lágrimas discretas ou abertas desfilam numa passarela de emoções.
A sessão está vazia, parece que a desesperança tomou conta da população.
Um beijo na mulher amada,
inauguração de um texto escrito no celular.
Condensado, como nossas vidas têm sido ultimamente
Marcos Túlio
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