Biografia de Dilma – História de uma lutadora

Biografia de Dilma – História de uma lutadora


Recentemente, li a biografia: A Vida quer Coragem de Ricardo Batista Amaral (Editora Primeira Pessoa) e confesso que fiquei surpreso com a trajetória de nossa presidenta.

Eu enquanto militante, só ouvir falar de Dilma quando ela apareceu na lista dos ministeriáveis de Lula na eleição de 2002. O que li e acompanhei naquele momento, que era uma ex-Secretária de Energia do Rio Grande do Sul e que tinha um perfil técnico para ocupar o Ministério de Minas e Energia.

Lógico que ao longo do mandato de Lula fui me informando sobre a companheira e, a partir de sua disputa para a presidência em 2010, muitos de nós descobrimos mais sobre a presidenta.

A biografia em questão é de uma leitura bem leve e que te prende o tempo todo em suas 304 páginas. O jornalista e autor que acompanhou a presidenta em vários momentos até a disputa de 2010, não carregou na pieguice e nem a fez uma heroína, apenas relatou a experiência de alguns anos de convivência.

Dilma é retratada em sua infância em BH, a adolescência, a entrada na militância estudantil e logo após, na esquerda revolucionária e depois, quando solta pela repressão, a sua mudança para Porto Alegre, seu casamento e sua militância no PDT.

No período que foi presa e torturada, foi uma das partes no livro que mais me comoveu. Incrível a sua firmeza, a coragem que enfrentou os torturadores e a tortura, a sua sensibilidade quando se lembrava dos companheiros mortos ou desaparecidos pelo regime. Aliás, o Estado de Minas publicou na semana passada, uma série de reportagens sobre a época do cárcere de Dilma que inclusive complementam informações contidas no livro. No livro, não menciona que ela foi levada para um presídio em Juiz de Fora e que apanhou muito lá também, mas no mais as informações se complementam.

A parte do livro que trata da trajetória da companheira como ministra e depois os bastidores de sua campanha presidencial merecem uma leitura com mais vagar. Os movimentos enquanto ministra, aliás, enquanto secretária gaúcha, formaria a sua personalidade de liderança e de alta capacidade de gerenciamento e formulação, características marcantes na gestão e na condução da presidenta. Dilma sempre foi uma pessoa que estudou muito e a sua capacidade de elaboração são marcantes desde o seu período escolar em BH.

Abaixo transcrevo um trecho do livro:

“É difícil imaginar que uma pessoa que já foi torturada ainda não tenha conhecido o limiar da dor. Dilma Roussef descobriu que isso era possível na noite de 18 de maio de 2009. Ela acordou indisposta naquela segunda-feira, dispensou a caminhada matinal e seguiu para o Centro Cultural do Banco do Brasil, onde estava funcionando a Presidência durante as obras de reforma do Palácio do Planalto” (capítulo 15, página 193).

Marcos Túlio

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