LINGUAGENS

LINGUAGENS Conversas em redomas, conversas em castas, conversar de novo, pedir atenção. Um instante, por favor. Não conversamos nada, não dizemos algo para alguém, há muito tempo. Não há o olhar direto, não há a firmeza, de outrora. Apenas teclamos ou rolamos os dedos na tela plana. Cada um num canto, cada um absorto, cada um em redomas, cada um em prisões. Apenas rolamos os dedos, apenas, superficialmente, conversamos. Apenas olhamos a tela, não nos olhos. Rolamos, teclamos, Convergimos no nada. Apenas. Usamos códigos, abreviações, linguagens, estranhas, mas comunicamos? Temos informações de tudo, mas não sabemos nada, conversamos no limbo digital. Para que a Libra, para que o dicionário, o fascículo, a Barsa empoeirada, o livro desgastado, o mapa, o atlas, o guia rodoviário, a revista, o jornal amarelado na banca? Sim, conversamos por sinais, nos entendemos? Marcos Túlio

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